VEJA PORTUGUES
ABAIXO!!!
Hallo ihr Lieben,
heute ändert sich
hier etwas. Ich verspüre schon länger das Bedürfnis, mal einen Eintrag auf
Portugiesisch zu schreiben und genau das wird hier heute passieren! Wer den
Eintrag also verstehen möchte, der versucht es also vielleicht mal mit dem guten
alten Google Übersetzer – diesen Beitrag wird es nicht auf Deutsch geben!
Prezados meus amig@s!
Excerto do Livro „Mulheres da Cinza” de Mia
Couto.
Capitulo 1 – Desenterradas estrelas
“Os portugueses não entendem o nosso cuidado de
varrer em redor das casas. Para eles, apenas faz sentido varriscar o interior
dos edifícios. Não lhes passa pela cabeça vassourar a areia solta do quintal.
Os europeus não compreendem: para nós, o fora ainda é dentro. A casa não é o edifício.
É o lugar abençoado pelos mortos, esses habitantes que desconhecem portas e
paredes. É por isso que varremos o quintal. O meu pai nunca esteve de acordo
com esta explicação, a seu ver demasiado rebuscada. ‘Varremos a areia por uma outra razão, bem mais pratica: nos queremos
saber quem entrou e saiu durante a noite.’”
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É isso mesmo o que eu sempre me perguntei:
Porque os moçambicanos cuidam tanto do redor da casa? O Mia Couto, um grande
autor moçambicano, me deixou entender essa parte um pouco mais – e está a ficar
mais clara.
O que está a acontecer aqui? A moca já escreve
em português? Sim! Hoje é o grande dia. Há muito tempo já tinha pensado em isso,
mas nunca tinha a coragem. Não sei, porque hoje me sinto capaz escrever em português,
mas me sinto bem assim. Bem-vindo no meu Blog. Por muito tempo já escrevo sobre
Moçambique aqui, o país onde eu me sinto em casa há 4 anos. Falei sobre as
coisas pequenas que faz deste lugar para mim. Muitas pessoas me perguntam: “O
que tu gostas tanto aqui em Moçambique?” E nunca tenho uma resposta. Até hoje não
tenho. Provavelmente nunca terei.
Hoje não quero escrever muito – ainda preciso
procurar muitas palavras no dicionário para conseguir me expressar. Esta vez
vinha para Moçambique para tentar descobrir, se posso imaginar vir viver aqui,
trabalhar em português, junto com Moçambicanos. E posso dizer que SIM! Os últimos
2 meses me mostraram mais uma vez quão seria eu sou com essa decisão. Como
muitos de vocês sabem eu vivi em Moçambique em 2014 e 2015 por fazer um
trabalho voluntario em Maputo. No início não gostei muito desse lugar, mas
depois dum tempo fiz amizade com a ideia ficar a viver em Moçambique. Voltei
varias vezes por motivos diferentes e até hoje sou madrinha dum bebe incrível. Fico
orgulhoso com a confiança da minha família moçambicana, e também com as
amizades que criei aqui. Sei que sempre quando volto vou encontrar os meus
amigos para tomamos uma cerveja. Eles vão me contar todas as coisas, todas as
historias que eu perdi enquanto estava na Alemanha – e assim vou estar mais uma
vez um parte dessa família moçambicana. Eu me sinto tão bem estar aqui em Moçambique,
que as vezes me pergunto também: “O que tu gostas aqui?” São as coisas pequenas,
a espontaneidade de se encontrar com amigos. Não saber o que o dia vai te
trazer cedo de manha e acabar a noite 300 km fora da tua casa na praia porque acabaram
viajando. Acordar a causa do barulho dos vizinhos, porque as casas não têm
isolamento de barulho como eu conheço da Alemanha. Dançar Kizomba até o sol
nasce. Andar chapa, esses pequenos caros que quase caem em fragmentos. Tomar
cerveja demais, misturado com Caipirinha e R&R (Tipo Tinto com Sparletta
Morango) – e afinal arrepender a babalaza de domingo. Sonhar em português, ler
em português e de vez em quando fingir a falar Changana.
São essas coisas, e com certeza muitas outras, o
que Moçambique é para mim! Talvez vou continuar com essa lista num outro dia,
mas para hoje é isso.
Essa vez fiquei 4 semanas no sul, em Maputo e
Tofo, e me senti como chego em casa novamente. Depois fui em viagens para descobrir
algo novo. Fui para a cidade da Beira e hoje, depois dum mês, posso dizer que também
me sinto muito bem aqui. A final era como uma lembrança daquele tempo de 2014 e
2015: Me senti estranha aqui, estava sozinha e não gostei muito do lugar. Mesmo
que estava a viver em frente da praia. Tinha saudades dos meus amigos de
Maputo, fiquei a chorar porque não vi uma saída dessa situação. Hoje, quase 5
semanas depois posso dizer o seguinte: Não foi fácil, mas consegui encontrar
pessoas incríveis. Estrangeiros que deixaram as suas vidas atrás para vir viver
em Moçambique. Pessoas que confrontam as mesmas problemas que eu já confrontei também.
Todos eles me falam, que o Moçambique não é um país fácil para viver, mas também
nunca queriam fugir e voltar para as suas terras. Porque o Moçambique virou-se
casa para eles também. E isso me dar um pouco de esperança. Nesse momento tenho
muitas dúvidas se a ideia de se mudar para Moçambique vai dar certo, mas me
ajuda bastante saber que não sou sozinha. E mesmo se não estivessem eles, os
estrangeiros da Beira, também encontrei Moçambicanos, que me suportaram muito e
que me encorajam a manter essa ideia. Se confronto problemas aqui, não preciso
ligar para Alemanha – ligo para Tofo, para Maputo ou a ilha de Vamizi para
falar com os meus amigos. E afinal um dia mal aqui não é diferente do que um
dia mal na Alemanha. Tomo um vinho, fico a ver um filme e durmo. Amanha é um
novo dia, que vai trazer novos espontaneidades.
È isso meus amores. Espero que gostaram. Com
certeza vou continuar escrever em português, porque também sei que muitos de vocês
reclamaram muito que não entendem o que escrevo.
Até logo!
Anni 😊
Anni 😊
Que surpresa! Mas você está certo, chegou a hora de escrever em sua segunda língua materna. Isso me deixa orgulhoso de ler sobre como você lida com a sua vida no exterior de novo e de novo, evitando as dificuldades. E fico feliz se você não desanimar e descobrir as pequenas coisas que valem a pena viver e desfrutar. Continuarei surpreso e feliz em ajudá-lo ao longo do caminho.
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